O gênero Phaseolus é originário das Américas e possui 55 espécies, dentre as quais o feijão comum Phaseolus vulgaris L. é a mais importante, devido ao seu elevado teor de proteínas, ferro, cálcio, magnésio, zinco, vitaminas, carboidratos e fibras, sendo uma das principais culturas alimentícias no mundo. Por ser um dos alimentos básicos da população brasileira, cerca de 70% dos brasileiros consomem feijão diariamente, tendo papel de um dos principais fornecedores de proteína na dieta dos estratos sociais economicamente menos favorecidos.
O Brasil é o segundo maior produtor mundial, a produtividade de feijão chegou em 2021 em 1.103 kg/há em uma área plantada de 2.945,9 mil há (CONAB, 2021). Existem diversas espécies e tipos de feijão cultivados no território brasileiro e sua ocorrência é bastante regional e cultural, como por exemplo o feijão-caupi ou feijão de corda, muito cultivado no Norte e Nordeste do país, regiões pouco favoráveis ao cultivo do feijão-comum. A cultura é considerada de ciclo curto e, por isso, apresenta uma vantagem para o produtor, que consegue adequar o seu plantio dentro de uma janela menor, sem ter que renunciar à produção de outros grãos ainda no mesmo ano-safra. Nesse cenário, o Brasil possui três épocas distintas de plantio, favorecendo assim uma oferta constante do produto ao longo do ano. Dessa forma, tem-se o feijão de primeira safra semeado entre agosto e dezembro, o de segunda safra entre janeiro e abril e o de terceira safra, de maio a julho.
As baixas produtividades verificadas na cultura do feijoeiro no Brasil têm sido relacionadas ao baixo nível tecnológico empregado pelos produtores e ao cultivo em solos de baixa fertilidade, especialmente pobres em N. Considerando a baixa eficiência de uso do fertilizante nitrogenado (cerca de 50%), exigindo aplicações cada vez mais frequentes e, consequentemente, elevando os custos de produção, aliada ao custo ecológico adicional, a fixação biológica de nitrogênio (FBN) assume uma importância ainda mais evidente, representando a alternativa mais viável para o fornecimento de nitrogênio à cultura. Assim como ocorre na soja o feijoeiro é capaz de fixar nitrogênio pela simbiose com bactérias denominadas rizóbios.
A FBN é considerada, após a fotossíntese, o mais importante processo biológico do planeta, sendo fundamental para a vida na Terra. Este processo baseia-se no fato de que alguns microrganismos especiais, conhecidos como microrganismos fixadores de nitrogênio, também chamados de diazotróficos, são capazes de quebrar a tripla ligação que une os dois átomos de nitrogênio atmosférico, N2, transformando-o em amônia, que é assimilável pelas plantas (REIS JUNIOR et al., 2011). Esses grupos de bactérias como os rizóbios conseguem associar com plantas (na maioria das vezes, leguminosas como o feijoeiro) e estabelecer uma relação, onde ambos os parceiros são mutuamente favorecidos. Por um lado, as bactérias conseguem retirar o nitrogênio do ar e fornece-lo à planta e, de outro modo, as plantas fornecem energia para a sobrevivência da bactéria. O resultado dessa interação planta-bactéria pode ser observado pela formação de uma estrutura arredondada nas raízes, chamada de nódulos radiculares.
A Nodusoja em busca de um aumento no rendimento de grãos de feijoeiros, a baixo custo econômico e que sejam capazes de manter a sustentabilidade, conta com a prospecção de recursos biotecnológicos, capazes de promover aumento da nodulação e potencializar a FBN nesta cultura. A nossa linha de inoculantes para feijão conta com o Nodubeans L um produto a base de Rhizobium tropici. SEMIA 4077 e 4080, fabricados com a garantia de 3 x 109 UFC/mL na validade, esse é indicado para quase todas as variedades de feijão e temos a linha exclusiva para feijão-caupi com o produto Nodubeans Caupi L, produzidos com a estirpe Bradyrhizobium sp. SEMIA 6462, na concentração de 3 x 109 UFC/mL na validade.
A eficiência dos inoculantes para feijão produzidos pela Nodusoja na busca por uma máxima eficiência produtiva, já foram comprovados em diversos produtores e em ensaios de nossas equipes a campo, podendo aumentar o rendimento da cultura e reduzir os custos de produção, além de não causar danos ambientais.
Referências
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA. Perfil do feijão no Brasil. Brasília, DF. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/vegetal/culturas/feijao/saiba-mais>. Acesso em: 04 jul 2021.
CONAB
HUNGRIA, M.; CAMPO, R. J.; MENDES, I. C. A importância do processo de fixação biológica de nitrogênio para a cultura da soja: componente essencial para a competitividade do produto brasileiro. Londrina: Embrapa Soja, 2007. 80p.
MERCANTE, F. M.; SILVA, R. F.; OTSUBO, A. A. Aumento da produtividade do feijoeiro pela adição de aditivo ao inoculante microbiano. In: MERCANTE, F. M.; LIMA FILHO, O. F. (Org.). Anais... Reunião da Rede de laboratórios para Recomendação, Padronização e Difusão de Tecnologia de Inoculantes Microbiológicos de Interesse Agrícola. Brasília, DF: Embrapa, 2012. p.39-40.
REIS JUNIOR, F. B.; MENDES. I. C.; REIS. V. M.; HUNGRIA, M. Fixação Biológica de Nitrogênio: uma revolução na agricultura. Em: Fábio Galape e Solange Rocha. Biotecnologia: estado de arte e aplicações na agropecuária. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados: 1° edição, 2011. p. 247.
SILVA, M. B. ; MERCANTE, F. M. Indução dos Genes da Nodulação de Rhizobium tropici pela Adição de Exsudatos de Sementes de Leguminosas. Dourados, Embrapa Agropecuária Oste. 28p., 2012.